O que entendo do Paradoxo Incognoscível
Todos os seres humanos,
em maior ou menor grau,
procuram desvendar aquilo que
se tem dificuldade para se conhecer
WALQUER CARNEIRO
O tema do Paradoxo Incognoscibilidade é novo para mim, mas compreendi de imediato a complexidade de tal conceito quando li um texto provocativo da Professora Rosa Cruz , percebendo a ansiedade dela, que estava levando o tema para um grupo de estudantes e em determinado momento ela precisou trocar impressões sobre esse tema que é muito amargo e espinhoso. E até mesmo para uma intelectual do porte de Rosa é muito difícil digerir tal conceito, por isso ela postou este texto na Página Café com Arte, uma rede social no Facebook que reúne intelectuais de Dom Eliseu e do mundo. A intenção de Rosa foi trocar ideias com os sócios da página de filosofia e praticar a sua dialética sobre o assunto.
ESSE É O TEXTO DE ROSA
Para as profundezas da filosofia inerente por aí em ti: "Se existe alguma proposição verdadeira desconhecida, então existe um proposição verdadeira que jamais será conhecida" Este é o intrigante resultado conhecido como o "Paradoxo da Cogniscibilidade", de Frederic Fitch. Porque há proposições verdadeiras desconhecidas, caso contrário seria o fim da ciência, mas por outro lado o resultado de Fitch contraria o "Princípio Verificaconista", também chamado "tese anti-realista". Pergunto: Há hoje, por inúmeras teorias, teses, dissertações "criadas, inventadas" sem que haja pesquisa científica. Inventa-se, posta na internet em blogs, wikipédia, por exemplo, como se fossem informações reais, comprovadas. O que fazer para que as verdades desconhecidas não sejam esse mar de informações desencontradas e "fakes" que há por aí? (Essas coisas me preocupam, hoje num debate uma aluna levou dados de um blog de uma "amiga" como se realmente fossem verdade.).
Vejam só que Rosa abordou uma nova variante para analisar o paradoxo do Incognoscível, a partir da moderna difusão instantânea do pensamento com o advento da internet e a socialização deste pensamento aliado a emissão homogênea do conhecimento, chegando a um ponto que fica praticamente impossível perceber quais são as verdades que podem se materializar ou se implantar como ideia.
A discussão tornou-se válida para mim a partir do momento que li o post de Rosa. O contato com esse conceito acendeu-me uma luz clareando questões que até então me atormentavam levemente sem eu saber por quê. Resolvi fazer um estudo dos termos paradoxo e Incognoscibilidade e logo me veio a necessidade de formatar um artigo dissertando sobre o aflição de Rosa diante da novidade que se descortinava frente ao seu espírito filosófico.
Desde as priscas eras os seres humanos procuram entender as coisas e acontecimentos ao derredor e para isso o indivíduo ao pensar acumula informações para definir os conceitos daquilo que ele percebe. Essas informações vão sendo registradas entremeadas de avaliações que determinam possíveis conclusões. Todavia ao formar conceitos o cérebro utiliza do mecanismo que processa a fantasia que permite aflorar o ato criativo para inventar coisas ou resolver um problema, é bem aí que surge o paradoxo, pois nem sempre aquilo que se vê ou o que se propõe representa o que pensamos. A impossibilidade de se perceber algo de forma ampla é apenas uma ilusão causada por nossa incapacidade de alcançar a compreensão do todo existente, e por isso há sempre mais a acrescentar, e é isso que angustia os filósofos e levou Nietchz da loucura à morte.
Há cerca de 40 anos atrás demorava-se cinco vezes mais para coletar uma informação, processá-la e compartilha-la, imagina então há 100, 300, 1000 anos atrás, hoje com a informação na velocidade da luz o algo passível de ser descoberto fica mais raro ao mesmo tempo que se amplia a capacidade de saber mais. Eis aí a agonia de Rosa.
O Paradoxo da Incognoscibilidade é um exercício filosófico que tenta compreender como algo que tem a possibilidade de não existir possa vir a existência, levando em conta que a possibilidade de existir possa não se concretizar.
Rosa poderia dizer aos seus alunos que eles têm que interiorizar teorias, mas teorizar como se fossem autodidatas, pois, por experiência própria minha, o autodidatismo concede liberdade para exteriorizar o que a mente revela. É ai que reside o brilhantismo dos pensadores, intelectuais e criadores verdadeiros. A teoria é somente um ponto de referência da descoberta de parte de uma verdade que vaga na energia que sustenta o universo.
O que vemos posto ao redor é sistematizado pela mente infinita, mas paradoxalmente nosso consciente superficial registra de forma finita, todavia no consciente profundo está, desde sempre, registrada as verdades fundamentais dos elementos mecânicos, físicos e químicos que rege tudo o que existe. Tudo é energia, essa energia é que contém todas as informações universais, e como humanos somos formados por essa energia que contém todas as informações. Imaginemos o todo existente como um gigantesco e perfeito google. No google terreno as informações são guardadas em bits, gigabites e megabits. Nada mais e nada manos do que partículas de energia, porém imperfeita. É mais ou menos isso. Nós imperfeitos lutando para processar informações perfeitas.
Com a mente infinita, mesmo imperfeitos, poderemos atingir a compreensão perfeita, mas para tal o indivíduo, de forma homogênea, tem aprender a processar tais informações. É o que nos escritos sagrados se descreve como a luta para alcançar a eternidade. Aquilo que os egípcios buscavam de forma material e Jesus deu o toque que a chave está no espírito....Apesar de tudo ainda buscamos a resposta por algo que está diante do nosso nariz. -Conhecereis a verdade, pois a verdade vos libertará -.